sábado, 21 de fevereiro de 2009

Carimbó de Marapanim

Pará: Marapanim faz festa com Festival de Carimbó
dezembro 6, 2008
O município de Marapanim vive uma agitação musical até este domingo (7), quando acontece o Zimbarimbó, Festival de Carimbó de Marapanim. Realizado em parceria com as associações culturais e grupos de Carimbó, o festival homenageará Mestre Lucindo, que se estivesse vivo completaria 100 anos e tem 22 grupos que tocam o tradiocinal ritmo se apresentando para o público.
Em Marapanim, que é reconhecida como ‘A Terra do Carimbó’, se encontra uma grande diversidade de grupos, e tem como figura principal o folclorista, compositor, letrista e cantor de carimbó, Mestre Lucindo, que se estivesse vivo completaria 100 anos. No último dia de Festival, haverá ainda um grande arrastão cultural.
Para Carlos Henrique Gonçalves, diretor de Cultura da Secult, com a co-realização do festival, a Secretaria de Cultura dá força para a campanha pelo reconhecimento do Carimbó como Patrimônio Cultural do povo brasileiro. ‘Esse é um acontecimento que fortalece a nossa identidade e a nossa diversidade cultural’, afirma. ‘Além disso, divulga uma das mais belas expressões do povo paraense, que é o Carimbó’; Carlos lembra ainda que o evento está sendo realizado no ano do centenário do grande mestre da cultura paraense que é Mestre Lucindo.
E o Carimbó é uma de suas manifestações mais representativas da diversidade cultural do Estado. Em suas raízes estão os instrumentos retirados da natureza, que caracteriza sua origem indígena; a dança foi aperfeiçoada pelos africanos, assim como o batuque; e da cultura portuguesa vieram uns movimentos de danças folclóricas lusitanas. Seu caráter popular está na temática das composições que mostram o cotidiano e as dificuldades dos povos antepassados e o surrealismo do folclore amazônico.
Na ocasião haverá ainda um Encontro dos Mestres de Carimbó, um momento de cooperação, reflexão e ação coletiva. Como responsáveis pela propagação do ritmo são os mestres, eles se reúnem para discutir a campanha pelo Registro do Carimbó como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, realizada por grupos de todo o Pará com o apoio do Governo do Estado.
O Carimbó é o gênero musical tradicional mais conhecido do Pará, surgido há mais de 200 anos, e praticado em quase todas as regiões do Estado, sendo considerado um elemento fundamental da identidade cultural de nosso povo. Resultado da formação histórica e cultural das populações da Amazônia, sua perenidade e resistência deve-se principalmente a processos de transmissão oral e a modos de vida tradicionais preservados pelas comunidades do litoral e do interior paraoara, dentro de seu contexto social, cultural e ambiental.
A Campanha ‘Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro’ é uma iniciativa que busca envolver e mobilizar a sociedade em torno da valorização e do reconhecimento do Carimbó como expressão importante da cultura brasileira, sendo uma continuidade do processo organizado a partir das discussões promovidas no Festival de Carimbó de Santarém Novo desde 2005. Organizada por grupos de carimbó e entidades culturais de vários municípios, esta Campanha faz parte do processo iniciado pela Irmandade de Carimbo de São Benedito junto ao IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – para registrar o Carimbó Paraense como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, com apoio do Governo do Estado e Secretaria de Estado de Cultura (Secult).
Serviço: O Zimbarimbó é realizado pelo Governo do Estado do Pará, Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e associações e grupos de Carimbó de Marapanim, Fundação Curro Velho, Fundação Carlos Gomes e Fundação Tancredo Neves. O Festival acontece de 05 a 07 de dezembro, na Arena do Bom Intento Clube, localizada Av. Rio Branco esquina com a Av. Nicias Ribeiro
Fonte: Portal ORM

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Fundação Carlos Gomes ganha mais um prêmio internacional

Fundação Carlos Gomes
Mais uma vez a Fundação Carlos Gomes é contemplada com um prêmio internacional, o "Latin American Quality Awards 2008", certificado mais importante da América Latina em sua área. A premiação está ocorrendo desde o dia 27 no Sheraton Miramar, na cidade de Viña Del Mar, no Chile, e prossegue até sábado (29). O superintendente da Fundação Carlos Gomes, Antonio Carlos Braga, e o diretor técnico Daniel Araújo, participam do evento.O "Latin American Quality Institute" é o organismo de Desenvolvimento de Normas e Padrões de Qualidade mais importante da América Latina. Seu principal objetivo é reconhecer as empresas que se destacam entre os países membros da organização.Para a Fundação Carlos Gomes, o reconhecimento é importante pela qualidade atestada com o prêmio. A empresa certificada pelo Instituto recebe a garantia da qualidade total dos produtos e serviços oferecidos à sociedade em que atua. O certificado tem validade em mais de 100 países associados.Pioneirismo - O Instituto Estadual Carlos Gomes, sediado em Belém, detém o crédito de terceiro estabelecimento de ensino musical no Brasil: foi criado em 24 de fevereiro de 1895. O Instituto foi dirigido em sua primeira fase pelos renomados maestros Antonio Carlos Gomes, Enrico Bernardi, José Cândido Gama Malcher, Octávio Meneleu Campos e Paulino Chaves. Este foi seu último diretor, pois o Instituto foi desativado, em 1908, pelo governador Augusto Montenegro, sob a alegação de contenção de despesas.O conservatório só voltaria a funcionar em 1929, no governo de Eurico Valle, e com o apoio do então intendente municipal de Belém, Antônio de Almeida Faciola, que havia integrado o seu corpo docente inicial.Vitórias - O Coro Carlos Gomes alcançou, recentemente, uma vitória inédita para o canto brasileiro ao conquistar duas medalhas na 5ª Olimpíada Mundial de Coros (World Choir Games), na cidade de Graz, na Áustria. O Coro paraense foi o único representante do país no evento, realizado entre os dias 9 e 19 de julho, com a participação de 92 países e mais de 10 mil coralistas.A maior vitória foi na categoria Coro Misto de Câmara, uma das mais concorridas do evento, vencida pelos coralistas paraenses sobre outros 42 corais. A medalha de ouro veio após repertório bastante diversificado, com músicas interpretadas em português, latim, espanhol e russo. O coro, regido pela maestrina Maria Antônia Jiménez, ainda conquistou uma medalha de prata na categoria Música Contemporânea, apenas com músicas brasileiras no repertório.A olimpíada, criada em 2000, tem como objetivo criar uma confraternização mundial de coros e valorizar o canto coral. O evento é realizado a cada dois anos e esta foi a primeira vez que o Coral da Fundação Carlos Gomes participou. O grupo que integrou a campanha vitoriosa na Áustria contou com 18 integrantes, sendo 13 alunos, quatro professores e a maestrina.Essas vitórias se somam a várias outras, como o primeiro lugar no Concurso Internacional de Coros Orlando Di Lasso, realizado na cidade de Camerino, na Itália, e o terceiro lugar no Festival de Coros de Preveza, na Grécia, em 2006. O Coro foi formado em abril de 1995, pela maestrina cubana María Antonia Jiménez. (Agência Pará)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O Carimbó

O Carimbó é uma das mais importantes expressões da cultura paraense. Segundo as pesquisas a dança tem origem na cultura Tupinambá, sendo o nome tirado da palavra de origem Tupi-Guarani “Curimbó”, de curi (pau ôco) e m'bó (escavado). O curimbó é na verdade o instrumento musical utilizado para dar a marcação da dança. O contato com a cultura dos negros africanos inseriu o batuque alegre e vibrante dos atabaques e os requebros dos quadris das mulheres. Há ainda muitos traços da cultura Portuguesa como palmas e estalar de dedos em algumas partes da dança, além de alguns passos muito parecidos com danças folclóricas lusitanas. Portanto, pode-se dizer que o Carimbó é realmente um retrato da miscigenação das três raças principais que formaram a cultura Brasileira.
A origem da música e dança ainda é discutida, sendo debatida e pesquisada. As regiões como a ilha do Marajó, no Pará, e outros municípios paraenses, por exemplo, Cametá e Marapanim e toda região do salgado o carimbó é tradicionalmente tocado.
Para fazer a marcação do Carimbó são usados dois tambores (curimbós), um grande e um pequeno, milheiro, banjo, duas maracas, e uma flauta (clarinete ou saxofone). A dança começa com os pares dispostos em fileiras de mulheres e homens de frente uns para os outros. Com palmas, os homens convidam as mulheres a formar a roda. Os casais de dançarinos fazem então um grande círculo com sua dança, onde as mulheres rodam segurando as saias rodadas e jogando-as em direção ao homem, que tende a se esquivar da saia da parceira.
Ao final da apresentação, tem uma parte que é chamada de “dança do peru”, onde homens e mulheres ficam agachados em volta do centro batendo palmas. Uma mulher sai dançando até o meio e deixa um lenço no chão em forma de pirâmide para que seu parceiro apanhe o pano apenas com a boca, sem usar nenhuma das mãos e sem cair. Se tiver equilíbrio, força e elasticidade nos músculos das pernas para conseguir pegar o lenço, o dançarino é aplaudido com entusiasmo pelos bailarinos e pelo público. Mas se cai ou se desiste, é alegremente vaiado por todos na grande brincadeira.
A vestimenta das mulheres inclui conjuntos de saias longas (rodadas e muito coloridas) e blusas que exibem os ombros e o pescoço, confeccionadas com rendados, em geral de uma só cor. Costuma-se pregar enfeites como pequenas peneiras e pedaços de patchouli. Os cabelos são enfeitados com uma rosa no dos lados. Pode- se abusar de acessórios como pulseiras e colares coloridos que dão muitas voltas no pescoço e vão até a altura do umbigo. Os homens usam um lenço vermelho no pescoço, calças de uma só cor e camisas de mangas compridas tão coloridas quanto as saias das parceiras. As camisas são amarradas na cintura. Homens e mulheres dançam descalços.